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OS MAGIARES, ÚLTIMOS NÓMADAS INSTALADOS NA EUROPA CENTRAL


Batalha de Riade ou Meseburgo (933 d.C.)
Batalha de Riade ou Meseburgo (933 d.C.): A cavalaria saxónica do duque Henrique contra os magiares. Legenda: 1. chefe magiar; 2. cavaleiro saxónico; 3. cavaleiro lotaríngio; 4. cavaleiro provençal; 5. cavaleiro bávaro. Autor: Wayne Reynolds (NOTA: A imagem disponibilizada é retirada da Osprey, conteúdo que não deve ser tomado à letra como completamente fidedigno do equipamento e vestuário da época, devido a algumas incorreções da revista. No entanto, devido à falta de fontes iconográficas da época, decidimos pela sua partilha devido a alguma verosimilhança com a época a que nos reportamos).

Um artigo original de 'Repensando a Idade Média',



OS MAGIARES: ÚLTIMOS NÓMADAS INSTALADOS NA EUROPA CENTRAL

Povos germânicos, árabes, escandinavos e nómadas da estepe migraram, instalaram-se, formaram novas entidades políticas e assolaram boa parte da Europa com ferro, fogo e sangue durante os primeiros séculos da Idade Média. Os seus nomes marcaram profundamente a psique colectiva dos europeus até aos dias de hoje, sendo a história dos seus ataques e consequente permanência em várias regiões alvo de muito estudo e também muitos mitos, num processo de construção da memória destes “pagãos” e “bárbaros” já em curso desde a própria época com o intuito de os diabolizar e apresentá-los como antítese da "civilização". Um desses povos que, vindos das estepes, atacou o coração do continente em vagas sucessivas, alcançando até a região mais a ocidente da Europa - a Península Ibérica -, foram os Magiares.

ORIGENS:

Os Magiares têm uma origem confusa. A génese milenar fino-úgrica, posto que controversa nas suas origens exactas, é latente na linguagem. Contudo, os hábitos nómadas e as sua tácticas de cavalaria apontam para grandes influências das estepes derivadas do império Gökturco ocidental. Eles próprios identificavam-se como Túrquicos nos primeiros tempos, no sentido de terem pertencido e identificarem-se com um império Túrquico. De facto, nos séculos IV e V, tendo primeiro atravessado os Urais para oeste, na região entre estas montanhas e o rio Volga, algumas dessas tribos passaram mais tarde para o rio Don no início do século VIII, ficando plenamente integrados como um grupo da confederação do Canato dos Cazares. Segundo a tradição, estes proto-magiares (podemos chamá-los assim) organizaram-se em sete tribos: Jenő, Kér, Keszi, Kürt-Gyarmat, Megyer (Magiares), Nyék e Tarján.

Isso explica o porquê de as fontes romanas chamarem "tourkia" aos magiares, como se lhes refere o Imperador Constantino VII, o Porfirogénito, na sua obra “De Administrando Imperio”, escrito entre 948 e 952 d.C. Afinal, eles mesmo eram um grupo de "turcos" que desenvolveu identidade própria, e claro, o termo "turco" era muito impreciso na época, pois no fundo significava que aquela comunidade política era um fragmento do antigo Império Túrquico da Antiguidade Tardia, do qual derivou o Império Gökturco ocidental. A maioria das informações actualmente conhecidas sobre os modos de viver dos primeiros magiares é proveniente de fontes romanas orientais e muçulmanas: aliás, estas podem mesmo ser consideradas como as referências mais relevantes acerca dos antigos húngaros.

Alguns destes autores trabalharam e viveram nas regiões do Islão Ocidental, nomeadamente na Península Ibérica e na Sicília, e, ao contrário da generalizada atitude da Cristandade - que devido ao terror que lhes causavam só se queriam ver livres dele -, pareceram-lhes muito interessantes os tipos de vida, os costumes e as relações externas e internas dos Magiares, não só antes da sua chegada à Europa, mas também até à época dos últimos representantes da primeira dinastia real da Hungria, a Casa dos Árpad (894-1301).

Mapa de incursões magiares pela Europa (século X).
Mapa de incursões magiares pela Europa (século X). Atacando em raides de pilhagem ou como mercenários contratados, os magiares alcançaram também o extremo ocidental da Europa. Fonte: https://about-history.com/the-fall-and-destruction-of-great-moravia/

CHEGADA AOS CÁRPATOS E ATAQUES NA EUROPA CENTRAL:

Por volta de 830 d.C., devido a uma guerra civil no Canato, os Magiares e três tribos Cazares (as famosas Dez Setas, de onde pode derivar o próprio nome da Hungria) deslocaram-se para a região entre o rio Dniepre e os Cárpatos. E novamente, entre 895 e 896 d.C. começam a atravessar os Cárpatos para Ocidente, liderados pelo seu chefe Árpad, fugindo aos Pechenegos e aos Búlgaros. Tendo ocupado um vasto território até 902 d.C. à custa dos restos dos Ávaros, da Grande Morávia (destruída por eles) e até dos Búlgaros, logo desencadearam, em paralelo com esta conquista, um conjunto de acções militares contra várias regiões europeias.

Como a maioria dos povos nómadas das estepes, eram excelentes cavaleiros, muito habilidosos com arco e flecha. A sua táctica habitual consistia em fazer um ataque repentino e depois retirarem-se, dando a impressão de que estavam em fuga. Assim, atraíam o inimigo para uma armadilha onde seriam cercados e atingidos com flechas antes do combate corpo-a-corpo final. Outra estratégia era atacar repetidamente uma área pouco protegida, como vilas e aldeias, pilhando, matando os homens e escravizando mulheres e crianças, e depois obrigar os sobreviventes ou o seu nobre local a pagar-lhes para garantir que não eram atacados novamente.

Grande parte do seu sucesso deveu-se exactamente à instabilidade e/ou fraqueza militar dos reinos centro-ocidentais europeus na época, sobretudo pela fragmentação do Império Carolíngio e todas as alterações políticas e sociais consequentes assim como aos processos de senhorialização em curso (especialmente na Francia Ocidental). Até o próprio Império Romano, a oriente, achou mais útil fazer alianças com os Magiares, usando-os como aliados contra os Búlgaros, os quais eram uma ameaça premente a Constantinopla, especialmente sob o Imperador Simeão.

Cavaleiros Magiares
Cavaleiros Magiares: princípios do século X (à esquerda) e fins do mesmo século (à direita). (NOTA: As imagens apresentadas podem não representar fielmente um guerreiro magiar da época). Fonte: https://steppes.proboards.com/thread/1224/pictures-steppe-warriors?page=76

Em 912 e 913 d.C. os magiares atacaram a Baviera, Suábia, Turíngia, Borgonha e Francia Ocidental, sendo no regresso derrotados pelo Duque Arnulfo da Baviera na batalha do rio Eno. O mesmo Arnulfo ofereceu-lhes terras no norte de Itália para se instalarem, uma proposta prontamente rejeitada. No entanto, aproveitando a sua perícia militar, o Duque haveria de se aliar com eles a tempo da batalha de Regensburg (916 d.C.), recuperando desta forma o controlo do Ducado da Baviera. Nessa mesma época, seriam os habitantes da Dinamarca, Saxónia, Alsácia e Lotaríngia a sofrerem com raides dos Magiares, entre 915 e 917 d.C.

Nesse mesmo ano de 917 vemo-los lado a lado com os Búlgaros vencendo o exército Romano em Pomorje, na actual Sérvia. Em 924 d.C. chegaram às terras do Duque da Saxónia, Henrique “o Passarinheiro", devastando e saqueando a margem ocidental do rio Reno, a Lorena e o Champagne, após as quais o Duque decidiu comprar 9 anos de paz para que pudesse reorganizar as suas hostes.

Arqueiros magiares
Arqueiros magiares: o arco era a arma de eleição deste povo nómada, que dependia de ataques rápidos e de surpresa, a cavalo. (NOTA: As imagens apresentadas podem não representar fielmente um guerreiro magiar da época). Fonte: https://steppes.proboards.com/thread/1224/pictures-steppe-warriors?page=76

ATAQUES A ITÁLIA, BORGONHA E SUL DE FRANÇA:

Em 924 d.C., quando Rodolfo II da Borgonha é eleito rei de Itália em Pavia pelos opositores de Berengário I, este último pede-lhes ajuda e os Magiares enviam um exército liderado por Szalárd, que queima Pavia e as galés de Rudolfo nas margens do rio Ticino. Quando o seu patrono Berengário é assassinado em Verona, os Magiares viram-se contra a Borgonha. Rodolfo responde tentando cercá-los nos Alpes, mas estes conseguem fugir e vingam-se devastando a Provença e a Septimânia (o actual Languedoc), só voltando para trás pelo vale do Ródano quando uma epidemia de peste se levanta entre eles. Em 927 d.C., são novamente chamados a Itália pelo novo rei Hugo para auxiliar o seu irmão Pedro contra o Papa João X pelo controlo da cidade de Roma. Os Magiares ajudam a vencer este conflito, pilhando pelo caminho a Toscânia, Piacenza e até, já bem a Sul do Reino de Itália, as cidades de Oria e Tarento, na "biqueira da bota" da península.

Arcos magiares de tipo composto
Arcos magiares de tipo composto, recurvado e reflexo (de cima para baixo, respectivamente). Fonte: https://1000000diy.ru/kak-sdelat-luk-svoimi-rukami

MAGIARES NA PENÍNSULA IBÉRICA:

As primeiras referências aos Magiares em fontes ibéricas são-nos transmitidas por Abd al-Azīz ibn Muhammad al-Bakrī (1014-1094), geógrafo, historiador e botânico hispano-muçulmano, nascido em Huelva. Era filho de um governador da província e passou toda a sua vida em Córdova, nunca tendo percorrido os lugares sobre os quais escreveu. Interpreta os magiares como um povo de origem turca, denominando o seu território de "al-Unqaluš", topónimo que deve resultar do nome "Ungarus". Também Hayyān al-Qurtubī (987-1075, geralmente conhecido como Ibn Hayyān), um dos mais famosos historiadores hispano-muçulmanos, pôde escrever no capítulo 5 da sua obra "al-Muqtabis", um dos mais importantes textos relativos aos Magiares do século X, contendo as mais antigas referências peninsulares sobre as relações ibero-húngaras.

Os dados que recolheu sobre os modos de viver dos magiares e sobre as suas tácticas guerreiras são preciosos. Dentro destes relatos contam-se as razões da sua chegada à Ibéria: foram enviados pelo já referido rei Hugo de Itália, que lhes ofereceu ouro para que atacassem a Marca Superior do Califado de Córdova. Em Junho de 942 d.C. surgem na Catalunha, pondo cerco a Lérida durante 8 dias, mas retirando por falta de víveres e pela força das muralhas da cidade. De seguida atacam Cerdanha, Huesca e capturam Yahya ibn Muhammad ibn al Tawil, senhor de Barbastro, mantendo-o cativo durante 33 dias até ser pago um resgate pela sua liberdade. Com os magiares já às portas de Barcelona, muçulmanos e cristãos (incluindo catalães e francos) uniram-se sob o comando de Muhammad ibn Hashim al-Tuyibi, o governador da Marca Superior (com centro em Saragoça), que os derrotou na Batalha de Tudela. Finalmente, em Agosto, os magiares foram definitivamente rechaçados em Baltarga, onde Armengol, filho do Conde de Barcelona, perdeu a vida. Destaque também para o relato de cinco guerreiros magiares que, após capturados e convertidos ao Islão, foram colocados no corpo da guarda pessoal do Califa.

Raide numa aldeia germânica da Francia Oriental. Autor: Angus McBride (NOTA: imagem retirada da Osprey).

BATALHAS DE MERSEBURGO, LECHFELD E FIM DOS “RAIDES”:

Em Março de 933 d.C., quando a trégua de nove anos que o Duque Henrique da Saxónia tinha "comprado" se expirou, este recusou-se a renová-la. Os magiares enviaram então um exército para convencê-los a continuar os pagamentos. Ambos os exércitos se encontraram perto de Merseburgo. Em preparação para a campanha, Henrique exigiu montadas de todas as regiões, embora o cronista francês Flodoardo de Reims tenha registado apenas a presença de cavaleiros Bávaros. O contingente da Turíngia, embora provavelmente montado, foi descrito como desarmado (embora provavelmente apenas mal armada) pelo cronista contemporâneo Widukind de Corvey.


Os seus cavaleiros saxões eram descritos como guerreiros armados (“milles armatus”), mas que não se podia confiar nesses cavaleiros, porque careciam de certas habilidades e não estavam suficientemente equipados. Os magiares tentaram retirar-se à noite, mas Henrique enviou adiante um pequeno contingente de soldados de infantaria com alguns cavaleiros como força de cobertura. O Duque tinha aprendido o que esperar de lutas anteriores, nas quais a velocidade da cavalaria leve e dos arqueiros dera sucesso aos magiares.

Inicialmente, enviou combatentes levemente armados, mas depois realizaram um ataque maciço de cavalaria pesada. O Bispo Liutprando de Cremona menciona nos seus escritos que os magiares pagãos gritavam durante o ataque: "Huy, Huy!". Ao mesmo tempo, os soldados germânicos responderam fervorosamente "Kyrie eleison" (“Senhor, tende piedade”). Henrique demonstrou grande maturidade táctica na batalha e indicou às suas tropas que: “quando a luta começa, que ninguém tente ultrapassar o seu parceiro, mas que todos em formação fechada se protejam das flechas dos húngaros, e então corram em direcção a eles para que não possam disparar as flechas uma segunda vez". (Liutprando de Cremona, “Antapodosis”, capítulo XXX, p. 85). Após esse confronto, os magiares foram forçados a fugir, demonstrando que os seus ataques poderiam ser contidos.

Seria Otão I, o “Grande”, filho de Henrique e, como o pai, rei da Francia Ocidental, a desferir o derradeiro golpe nos magiares em 955 d.C., perto de Augsburgo, no rio Lech, quando estes, numa tentativa de voltarem a ganhar supremacia na região, tentaram atrair Otão e o seu exército para uma batalha campal e destrui-lo, usando as mesmas tácticas habituais que muitos sucessos lhes tinham dado: um ataque-surpresa desbaratou a retaguarda, composta por guerreiros Boémios. Os Magiares pararam para saquear o campo Germânico e o duque da Lorena, Conrado, o “Vermelho”, liderou um contra-ataque com cavalaria pesada, dispersando-os. Otão levou então a sua cavalaria contra os magiares levemente armadurados em combate corpo-a-corpo, tendo estes recuado em boa ordem. Otão não prosseguiu, retornando a Augsburgo durante a noite e enviando mensageiros para ordenar que todas as forças locais atravessassem o Lech e impedissem que os fugitivos retornassem à sua terra natal.


Batalha de Lechfeld (955)
Batalha de Lechfeld (955): Uma hoste de germânicos, saxónicos, bávaros e boémios sob o estandarte do rei Otão I derrotou definitivamente os magiares perto do rio Lech em Augsburgo. Esta vitória lançou Otão para a futura coroa imperial do Sacro Império em 962 d.C. Autor: Angus Mcbride (NOTA: imagem retirada da Osprey).

Nos dias 11 e 12 de Agosto, a derrota magiar foi transformada em desastre, com fortes chuvas e inundações que lhes abrandaram a retirada e permitiram que as tropas Otonianas os caçassem e matassem a todos. Os seus líderes Bulcsú, Lél e Súr foram capturados, levados para Augsburgo e enforcados.

A vitória preservou o Reino da Francia Oriental e interrompeu as incursões na Europa Ocidental para sempre, no que também foi ajudado pelo facto de a pequenez da planície da Panónia não ajudar à manutenção de formações nómadas muito significativas em termos numéricos a longo prazo. Otão foi mais tarde coroado Sacro Imperador Romano em 962 d.C. pelo Papa João XII depois de depor Berengário II de Itália no ano anterior, em grande parte com base na sua posição fortalecida após Lechfeld. Quanto aos magiares, ainda assolariam os Balcãs e o Império Romano durante a década seguinte, aliados com os Búlgaros e os Rus. Mas após a derrota na batalha de Arkadioupolis em 970, e a consequente aliança entre os Romanos e o Sacro Império em 972, apenas restou ao líder magiar, o príncipe Géza, estreitar laços com a corte Otoniana, convidando missionários e casando o seu filho com Gisela, filha do duque Henrique II da Baviera. Géza integrou assim o seu povo na Europa Cristã, construindo um novo reino de acordo com o modelo político e social da restante Cristandade e renunciando ao modo de vida nómada.

A partir de 945 já o Cristianismo se implantava entre os magiares, com a chegada de missionários católicos germânicos. Até 963, os principais chefes militares (os Gyula e os Horka) concordaram em converter-se ao Cristianismo. Em 973, Géza e toda sua família foram baptizados, permanecendo ele, no entanto, essencialmente pagão. Seria o seu filho, Santo Estêvão, a levar a bom porto a conversão final, ao ser coroado no ano 1000 ou 1001 como o primeiro rei da Hungria e a terminar quase um século de terror resumida numa frase popular da época: "A sagittis Hungarorum, libera nos Domine". (Senhor, salva-nos das flechas dos Húngaros).

- Pedro Alves

cavaleiro Magiar
Fresco representando um cavaleiro Magiar (Patriarcado de Aquileia, Itália. Século X). Fonte: https://www.1902encyclopedia.com/today-in-history/henry-the-fowler-v-the-magyars.html


FONTES BIBLIOGRÁFICAS:

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CREMONA, Liutprando de. (1930). “The Works of Liutprand of Cremona - Antopodosis”, Livro III. Edição: G. G. Coulton & Eileen Power. Londres: George Routledge & Sons, Lda.

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